Tão Igual...E Tão Diferente

Lendo um pouco sobre Charles Manson percebo que as pessoas são bastante diferentes, mas se pensar em Charles Manson virei a acreditar que as pessoas são iguais.
O fracasso pode se transformar em principal “desculpa” para atos digamos diferentes, e esse tal Charles Manson fez disso sua teoria de vida. O cara trabalhou com ninguém menos que os Beach Boys, a banda que disputou uma guerra branca com os Beatles na secunda metade da década de sessenta, o cara tocou com Neil Young e viveu na época que os sessentistas começavam a perceber o fim do sonho.
Mas sua carreira desceu ladeira abaixo, e Charles Manson criou uma comunidade hippie a qual ele chamava de família Manson, dizia haver mensagens subliminares no álbum branco dos Beatles e em tantas outras músicas da época, tinha uma personalidade meio Jonh Lennon meio Rául Seixas, mas John Lennon disse certa vez “O sonho acabou” e Manson não podia suportar aquilo, sua seita foi responsável por uma série de assassinatos contra pessoas ligadas a gravadora que recusou o trabalho de Manson, o mais famosos deles foi o da atriz Sharon Tate, que estava grávida e era esposa do diretor americano .........
Manson pegou prisão perpétua, mas sua obra não morreu, está estampada em uma das figuras mais trashs do rock, o cantor Marilyn Manson tem seu nome artístico devido a Charles, o Guns’n Roses gravou uma canção de Manson chamada “Look At Your Game, Girl”.
Creio que Manson é fruto de tudo que aconteceu na intensa década de sessenta, do sonho, do fim do sonho, do maior fenômeno musical da história, guerra do Vietnã, guerra fria, movimento hippie, LSD deixando todo mundo de fora do que era “real” e o que era “não real” (não que hoje eu não me sinta totalmente alienado quanto a isso), o mundo andou tanto naquela época, o Velvet Underground pincelava sua arte rock na psicodelia das drogas químicas, os Beatles haviam voltado da Índia cheio de experimentalismos para mostrar, Mick Jagger e Keith Richards lançavam “Simpathy For The Devil” que havia sido composta no Brasil durante uma visita a um centro de Macumba, Bob Dylan escrevia suas Crônicas, Stanley Kubrick lançava seu olhar quanto ao futuro em “2001 – Uma Odisséia No Espaço” enquanto .........lançava seu grito ao ocultismo com “O Bebê de Rosemary”, a população estadunidense começava a sentir as percas na guerra do Vietnã, tanta coisa acontecia, John Lennon buscava sua paz interior fugindo da fama, não fazendo mais shows, buscava o antipop, enquanto Manson buscava ser ídolo, queria shows, queria a popularidade com seu trabalho, ambos buscando rumos diferentes em meio a um mundo tão intenso, mas estranho, Manson era fã de Lennon, levava tudo que o Beatle dizia e não dizia ao pé da letra, queria ser como ele e era tão diferente dele tentando ser igual.
E no fundo era tão igual, e tão diferente.