É tempo de não se comprar álbuns, e sim baixar músicas. É tempo de assistir um filme mesmo antes do próprio ter sua estréia no cinema. É tempo de ter a noite que seria de núpcias logo no primeiro encontro.
É tempo de tornar as coisas todas mais sem graças, menos poéticas e mais práticas, menos inesquecíveis, mais fáceis.
Me pergunto se em tempos tão 'moderninhos' algo escapa da vontade de ser rápido.
E acho que o casamento tradicional ainda tem seu espaço nos sonhos das mocinhas e mocinhos, claro que não com a mesma força de antes, porém ainda muito presente no cotidiano da nossa geração.
Mas, seria interessante a privação que é o casamento? Esse mês, a capa da revista Galileu tem como tema a poligamia, assunto interessante já comentado tantas vezes por filósofos, músicos, cineastas e tantos outros que jogam suas idéias em algum tipo de arte.
E esse é o tema desse post. Tudo que penso sobre isso é muito complexo, quando vou a um casório acho legal, e interessante, mas ao fim, quando penso acho tudo estranho, romântico mas com grandes chan ces de ser desastroso.
Mas confesso que parece bonitinho, por isso não vou adentrar na questão casamento, acho ela fechada, vou falar do moderninho que pode ser encontrado em passados tão distantes, em religiões como o Islã ou na mente de indie com relacionamentos modernos.
O amor se abre mais a leituras e me deixa mais a vontade por parecer ainda mais distante para mim que o casamento.
Não seria pobre um amor entre duas pessoas? Não se gastaria com os ventos que iriam soprar sempre na mesma direção? Talvez o amor mais sincero não fosse aquele que desejasse ao outro que ele fosse feliz, independente da situação.
Claro que digo isso com palavras escritas, não seria assim com o dono dessa estação, não me libertaria de meus conceitos fundados pela história, mas adimito que sou mais um preso por essas cercas, e que estaria errado privando outra pessoa das coisas que ela podeira viver.
Estaria errado, mas tenho de dizer. Eu privaria, e com certeza seria privado.
Como poderia condenar outra pessoa?
Mas, condenaria.
Como diria Raul em "A Maçã", quase a bíblia que usei para escrever esse post, além de dois existém mais, já compreendo isso, mas claro que não aceito assim, não sou descolado o bastante, mas compreendo e sei que assim seria o certo.
Para esse post em que eu tento dizer algo, mas não consigo dizer nada, ele, Raul, consegue muito melhor que eu.
Até o próximo chá!
"Amor só dura em liberdade
O ciúme é só vaidade
Sofro mas eu vou te libertar
O que é que eu quero
Se eu te privo
Do que eu mais venero
Que é a beleza de deitar..."
(RAUL SEIXAS in "A Maçã")