15/10/2007

Além de Dois Existem Mais


É tempo de não se comprar álbuns, e sim baixar músicas. É tempo de assistir um filme mesmo antes do próprio ter sua estréia no cinema. É tempo de ter a noite que seria de núpcias logo no primeiro encontro.
É tempo de tornar as coisas todas mais sem graças, menos poéticas e mais práticas, menos inesquecíveis, mais fáceis.

Me pergunto se em tempos tão 'moderninhos' algo escapa da vontade de ser rápido.
E acho que o casamento tradicional ainda tem seu espaço nos sonhos das mocinhas e mocinhos, claro que não com a mesma força de antes, porém ainda muito presente no cotidiano da nossa geração.
Mas, seria interessante a privação que é o casamento? Esse mês, a capa da revista Galileu tem como tema a poligamia, assunto interessante já comentado tantas vezes por filósofos, músicos, cineastas e tantos outros que jogam suas idéias em algum tipo de arte.
E esse é o tema desse post.

Tudo que penso sobre isso é muito complexo, quando vou a um casório acho legal, e interessante, mas ao fim, quando penso acho tudo estranho, romântico mas com grandes chan ces de ser desastroso.
Mas confesso que parece bonitinho, por isso não vou adentrar na questão casamento, acho ela fechada, vou falar do moderninho que pode ser encontrado em passados tão distantes, em religiões como o Islã ou na mente de indie com relacionamentos modernos.
O amor se abre mais a leituras e me deixa mais a vontade por parecer ainda mais distante para mim que o casamento.
Não seria pobre um amor entre duas pessoas? Não se gastaria com os ventos que iriam soprar sempre na mesma direção? Talvez o amor mais sincero não fosse aquele que desejasse ao outro que ele fosse feliz, independente da situação.
Claro que digo isso com palavras escritas, não seria assim com o dono dessa estação, não me libertaria de meus conceitos fundados pela história, mas adimito que sou mais um preso por essas cercas, e que estaria errado privando outra pessoa das coisas que ela podeira viver.

Estaria errado, mas tenho de dizer. Eu privaria, e com certeza seria privado.

Como poderia condenar outra pessoa?

Mas, condenaria.

Como diria Raul em "A Maçã", quase a bíblia que usei para escrever esse post, além de dois existém mais, já compreendo isso, mas claro que não aceito assim, não sou descolado o bastante, mas compreendo e sei que assim seria o certo.


Para esse post em que eu tento dizer algo, mas não consigo dizer nada, ele, Raul, consegue muito melhor que eu.

Até o próximo chá!


"Amor só dura em liberdade

O ciúme é só vaidade

Sofro mas eu vou te libertar

O que é que eu quero

Se eu te privo

Do que eu mais venero

Que é a beleza de deitar..."


(RAUL SEIXAS in "A Maçã")



08/10/2007

Para se fazer no outubro de primavera.

Mês de outubro, primavera com cara de todas as estações, mês das bruxas, mês das crianças, mês de alguma nossa senhora. Aproveite todos esses atributos e aumente sua coleção mental de cinema e música, talvez também a de cervejas e românces, e se houver tempo faça alguma coisa pela qual a estação não se interesse.
Em DVD existem alguns filmes que todos, frequentadores da estação, tem de assitir, não vou cityar lançamentos de outubro por quê antes de ver os novos do mês é necessário que se veja alguns filmes muito bons.

Ed Wood é muito bom, claro que a estação é suspeita, Johnny Depp trabalhando com Tim Burton é sempre muito bom, mas além disso temos uma linda homenagem ao terror clássico do cinema, sem contar a atuação do ator que interpreta o lendário BellaLugosi, por favor passageiros, se não viram, vejam.
Pequena Miss Sunshine é um filme delicioso de se ver, com personagens apaixonantes, destaque para o tio gay, para o fã de Nietzche e para nossa pequenina barriga de verme lindíssima, se quer um dia feliz, devora Pequena Miss Sunshine.
As coisas para se fazer em outubro não param por ai, os filmes também não, é mês de estréia de filme baseado em Stephen King no cinema depois de um certo tempo, 1408 com John Cusack parece ser interessante.
Além do que temos o filme nacional mais comentado dos últimos tempos, Tropa De Elite, que a estação já viu e indica com certeza, o filme é muito interessante, o ator já tão conhecido de todos é muito bom, e toda a história e as cenas também, apenas por favor, não me venham dizer que é uma visão de direita!

Como o mundo não é só filmes e também música o destaque do mês é sem dúvida o Tim Festival, Juliette and the licks, Bjork, Arctic Monkeys e The Killers são as principais atrações do evento que acontece em várias capitais do país, sendo dia 28 em São Paulo na arena skol no anhembi.
Não esqueçam a festa do dia das bruxas, não esqueçam de achar a Natalie linda, de ouvir Oasis e Beatles, olhar para a Winona uma vez por semana, sabe, essas coisas básicas, no dia das bruxas a estação vai fazer um especial com a história dessa data, mas até lá faça tudo que se deve fazer em outubro.

Agora vamos a um chá.

01/10/2007

A Última Sessão de Cinema

Não sei se já postei essa letra aqui algum dia, mas dia desses em uma conversa com alguém notei que a letra criava nova vida quando algo tocava o assunto, novos sentidos e novos ares à ela, já posso ver de maneiras tão diferentes da que via quando escrev. Vou postá-la agora, por que agora a vejo de maneira muito peculiar, talvez amanhã não mais.
Por hora a música é da banda Chá das Cinco, maiores informações sobre a banda: http://www.bandachádascinco.blogspot.com/
A Última Sessão de Cinema
Antes de acabar um de nós tem de partir, deixando a culpa para o acaso,
vamos nos transformar em mais um filme para assitir.
Essas coisas tristes tem só na vida real, então fingimos que é um filme
e fica tudo tão normal.
A última sessão de cinema reúne todos filmes que tentamos viver.
A última sessão de cinema.
Amanhã ao acordar minha tragédia estará filmada em poesias,
talvez as cenas tristes e difíceis de lembrar tenham maiores bilheterias,
e quando eu disser 'Adeus' para você,
eu vou estar apenas dizendo um texto triste que eu não quis interpretar.
A última sessão de cinema reúne todos filmes que tentamos viver.
A última sessão de cinema.

Nossa vida é como um filme no final,
pegue seus cigarros e abra o jornal, o que a gente ler vai ser
o que não vamos viver,
só nos resta ver...
...a última sessão de cinema!
Por Leandro Stranger.